segunda-feira, 12 de agosto de 2019
terça-feira, 25 de junho de 2019
Escola, Eficiência Energética e Energias Renováveis
Escola, Eficiência Energética e Energias Renováveis
Se é verdade que as escolas existem para educar e não para poupar energia com o seu funcionamento, também é verdade que é necessário que nas escolas haja poupança de energia não só por razões de ordem económica, mas também por razões ambientais e educacionais.
A compreensão dos impactos ambientais do uso da energia, por parte dos alunos e da restante comunidade educativa, é uma das componentes da educação ambiental e cívica que levada à prática através de pequenas alterações comportamentais poderá levar à poupança de cerca de 10% da energia consumida.
São inúmeros os projectos que poderão ser implementados pelos professores com vista a tratarem o tema energia. Neste artigo, faremos uma breve referência aos Programas Eco-escolas, Carbono Force e Concurso Solar Padre Himalaya.
O Programa ECO-ESCOLAS, que pretende promover acções que conduzam a um melhor desempenho ambienta, a uma melhor gestão do espaço escolar e a uma maior sensibilização de toda a comunidade, tem como temas base a água, os resíduos e a energia. No corrente ano o grande tema é o das alterações climáticas o qual está intimamente relacionado com a produção / consumo de energia, ao nível das causas, e com os temas da água e da biodiversidade, ao nível das consequências.
Tendo por objectivo, entre outros, por em prática políticas sustentáveis na área da energia e transportes com vista à redução das emissões de CO2, o projecto CARBON FORCE – Missão Possível pretende introduzir nas escolas, de forma integrada e prática, os seguintes temas: alterações climáticas; energias renováveis e eficiência energética; transportes / mobilidade sustentável e consumo eficiente de água.
As duas iniciativas referidas, a primeira da responsabilidade da ABAE - Associação Bandeira Azul da Europa e a segunda do Instituto do Ambiente e do Instituto Superior Técnico (IST), têm o mérito de envolverem professores, como o principal meio de veiculação de informação e os alunos, futuros decisores, que não são tratados como meros receptores passivos, já que poderão participar na identificação e na implementação de medidas de eficiência energética e colaboram em auditorias energéticas e no controlo do consumo das próprias escolas.
Por último, o Concurso Solar Padre Himalaya, iniciativa da Sociedade Portuguesa de Energia Solar que nos Açores tem sido apoiado pela ARENA- Agência Regional da Energia e Ambiente da Região Autónoma dos Açores, visa divulgar informação sobre energias renováveis junto das camadas mais jovens da população e promover a aquisição de hábitos de cidadania conducentes a um uso mais racional dos recursos energéticos do planeta, através do envolvimento dos jovens em actividades experimentais. De entre os materiais que podem ser construídos pelos alunos destacam-se relógios solares, painéis solares, fornos solares e carrinhos solares.
Teófilo Braga
(Publicado no Jornal Terra Nostra, 13 de abril de 2007)
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quinta-feira, 23 de novembro de 2017
terça-feira, 5 de setembro de 2017
O hidrogénio: mito ou elixir?
O hidrogénio: mito ou elixir?
Por diversas vezes, várias vozes, não só de ambientalistas ou ecologistas, têm alertado para o esgotamento dos combustíveis fósseis e para a necessidade do homem procurar alternativas para os mesmos, não só por causa da sua crescente escassez mas sobretudo para acabar com os impactos ambientais negativos do seu uso.
Um dos processos há muito tempo conhecido é o do uso do hidrogénio que, ao contrário do que comumente se pensa, não é uma nova forma de energia, mas apenas um intermediário entre as energias primárias, que podem ser fósseis ou renováveis, e a energia final, de tipo elétrico.
O uso do hidrogénio nos automóveis ou outros meios de transporte não é de agora. Com efeito, o jornal Correio dos Açores, no dia 7 de fevereiro de 1958, publicou um artigo intitulado “Um italiano afirma que a água substituirá a gasolina”, onde é referido que “o velho sonho de utilização da água como combustível dos motores dos automóveis parece, finalmente, estar a ponto de concretizar-se”.
Ainda segundo o mesmo artigo, o inventor italiano Pietro Fasoli “explicou que o motor se baseia num sistema que, por eletrólise, liberta o hidrogénio; o carburante necessário ao motor que idealizou”.
Muito antes da data mencionada o hidrogénio já era usado. Com efeito, em 1794, o primeiro gerador de hidrogénio terá sido construído em França e, em 1920, as primeiras células produtoras de hidrogénio foram comercializadas nos Estados Unidos.
O primeiro grande defensor do hidrogénio como alternativa às outras “formas de energia terá sido o cientista John Haldane que também teve o cuidado de apontar o principal entrave ao seu uso futuro. Assim, segundo ele, o grande obstáculo era o custo inicial elevado e as grandes vantagens seriam que com o tempo a energia seria tão barata, o mercado descentralizado e não haver produção de “cinza nem fumaça”.
Nos Açores, no início do presente século também se pensou na economia do hidrogénio, tendo estudos conducentes à sua produção sido iniciados, em 2001, pelo Laboratório de Ambiente Marinho e Tecnologia (LAMTec), localizado na Praia da Vitória (Ilha Terceira).
De acordo com uma notícia publicada no Correio dos Açores, cuja data precisa desconhecemos, mas do ano de 2008, o investigador da Universidade dos Açores, Mário Alves, previa que os Açores poderiam “estar, dentro de quatro ou cinco anos, a produzir 100 toneladas diárias de hidrogénio para consumo regional e exportação”. O mesmo investigador calculava que em vinte anos os Açores seriam não autossuficientes mas também exportadores de energia e acrescentava que na sua “estimativa, o arquipélago, dentro de 10 a 15 anos, será auto-suficiente ao produzir, para as suas necessidades, 30 por cento de energia geotérmica, 15-20 por cento de eólica, 5 por cento de hídrica e 50 por cento de hidrogénio”.
Depois do investimento de centenas de milhares de euros (?) da Região e de fundos europeus, deixou-se de falar no hidrogénio e não se conhece a razão por que não terá avançado o projeto.
Sobre o hidrogénio há quem tenha uma visão otimista, como Jeremy Rifkin que escreveu que “pode acabar com a dependência do petróleo, reduzir a emissão de dióxido de carbono e o aquecimento global, além de apaziguar guerras políticas e religiosas. O hidrogénio poderá se tornar o primeiro sistema energético democrático da história”.
Dale Allenm Pfeiffer, por seu lado, arrasa a economia do hidrogénio. Segundo ele “no melhor dos casos ela é ingénua, e no pior desonesta. Uma economia do hidrogénio seria na verdade uma coisa lamentável e paupérrima” e acrescenta “ao invés de desenvolver uma economia do hidrogénio, faz mais sentido — e fará sempre mais sentido — comprar um carro mais eficiente, usar transporte público, andar de bicicleta ou ir a pé.”
Que se pronunciem os especialistas e os governantes!
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 31323, 6 de setembro de 2017, p17)
Saber mais: http://sicnoticias.sapo.pt/mundo/2017-07-02-O-futuro-da-mobilidade-com-automoveis-a-hidrogenio
Imagem: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/pilha-combustivel.htm
terça-feira, 29 de agosto de 2017
O minuto verde açoriano que não chegou a existir
O minuto verde açoriano que não chegou a existir
Na semana passada, escrevi sobre o projeto “Educar para a energia” que foi implementado, em 2008, por quatro alunos do Mestrado em Educação Ambiental da Universidade dos Açores.
No texto mencionado, referi que uma das componentes do projeto não foi concretizada, devido à doença de um dos alunos, o Veríssimo Borges, que acabou por falecer no dia 8 de outubro do referido ano. Contudo, apesar da doença que o acometia, o Veríssimo não se manteve parado e esteve a trabalhar na criação de algo semelhante ao que a Quercus produzia a nível nacional, desde 2006, a rubrica “Minuto Verde” e que se iria chamar “Um Minuto pelos Açores”.
Hoje, pretendo dar a conhecer parte dos sete textos elaborados pelo Veríssimo Borges que já tinha contactado para o efeito a Rádio Nova Cidade, da Ribeira Grande.
No primeiro texto, intitulado “As alterações climáticas já são o drama dos nossos dias”, o Veríssimo referiu-se ao facto de “na origem das alterações climáticas que estão a mudar o mundo em que vivemos e a hipotecar o futuro dos nossos filhos, estão as formas como produzimos e gerimos a energia que utilizamos no dia-a-dia” e deu a conhecer o que seria tratado na rubrica nos seguintes termos: “abordaremos temas ambientais e de cidadania, começando por nos centrar nas questões energéticas, não só nas vertentes de produção, mas principalmente na vertente da gestão equilibrada do consumo energético de cada cidadão, de cada família”.
No segundo texto “É preciso saber gerir os nossos recursos”, ao contrário do que os detratores costumam afirmar, não havia qualquer apelo ao regresso às cavernas, mas sim à arte de “poupar e gerir as nossas necessidades energéticas sem por em causa a qualidade de vida desejada”.
No terceiro texto “É preciso saber diminuir a conta da eletricidade” é feito um apelo à diminuição dos consumos elétricos, não só das máquinas existentes nas casas, mas sobretudo na iluminação. O texto terminava com a recomendação do uso de lâmpadas eficientes, pois “gerir a sua casa com economia é também, neste caso, proteger o Ambiente e o Planeta”.
No quarto texto “Será que as lâmpadas economizadoras têm efeitos ambientais colaterais negativos”, Veríssimo Borges, apesar de continuar a defender que as lâmpadas economizadoras eram a opção mais correta, não esconde que “tal como as lâmpadas fluorescentes normais, produzem uma luz branca crua e pouco “quente” que desagrada a alguns” e que “na área de resíduos, contendo pequenas quantidades de mercúrio, são classificadas como resíduos perigosos […] duram muito mais anos diminuindo a quantidade de resíduos produzidos, são relativamente compactas e difíceis de partir e irão merecer especial atenção da parte da gestão dos seus resíduos e reciclagem por parte dos responsáveis europeus e locais”.
No minuto quinto “Resumo da Semana” é anunciado que a Rádio Nova Cidade aos domingos iria fazer uma repetição dos minutos da semana (de segunda a quinta-feira), com a presença em estúdio de um ou dois elementos dos Amigos dos Açores/Quercus, havendo a possibilidade destes entrarem em diálogo com os ouvintes.
O sexto minuto “É preciso saber gerir os nossos recursos” é dedicado aos eletrodomésticos. Nele, Veríssimo Borges defende que “sem ser nosso objetivo abdicar de muitos destes eletrodomésticos podemos otimizar o seu custo por melhor utilização destes assim como pela aquisição de máquinas com melhor comportamento energético”.
No último minuto “É preciso saber comprar os nossos eletrodomésticos”, como o nome indica, o tema volta a ser o mesmo do anterior. Nele, para além da referência a como fazer uma boa compra, é recomendado o uso dos eletrodomésticos com eficácia e dá o exemplo de “só lavar com máquina cheia e abrir poucas vezes o frigorífico”.
Foi uma pena esta componente do projeto “Educar para a Energia” não ter avançado e uma “injustiça” profunda o Veríssimo não estar entre nós pois, embora não haja insubstituíveis, continua a fazer muita falta.
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 31317, 30 de agosto de 2017, p.16)
terça-feira, 22 de agosto de 2017
Educar para a Energia, um projeto que não teve continuidade
Educar para a Energia, um projeto que não teve continuidade
No ano de 2008, no âmbito do Mestrado em Educação Ambiental da Universidade dos Açores, existia uma disciplina intitulada “Projetos de Intervenção Ambiental” que tinha como docentes o Professor Doutor António Félix Rodrigues e o Professor Doutor Pedro González.
Tratava-se, como o nome sugere, de uma disciplina essencialmente prática, onde os mestrandos eram obrigados a criar e implementar projetos de intervenção junto das comunidades. Um dos projetos intitulou-se “Educar para a Energia” e foi implementado por Cláudia Tavares, Helena Primo, Teófilo Braga e Veríssimo Borges.
Embora já se tenham passado nove anos, as razões para a implementação do projeto permanecem atuais. Com efeito, a energia continua a ser um recurso indispensável para a vida, ao bem-estar dos cidadãos e ao desenvolvimento socioeconómico, de todas as sociedades e também continua a ser um forte fator de pressão ambiental. Além disso, continua a não existir um programa continuado de educação que promova o uso racional dos recursos naturais e a conservação da qualidade do ambiente e no caso da energia continua-se a dar ênfase à produção e esqueceu-se, quase por completo, a aposta na eficiência energética, combatendo a irracionalidade e o desperdício.
Relativamente à educação para a energia, a Região já esteve em melhor situação, quando possuía uma verdadeira rede de ecotecas, geridas pelas mais diversas associações, e quando possuía uma Agência Regional de Energia, que em pouco tempo muito fez em termos de sensibilização da opinião pública e de educação para um consumo mais eficaz dos recursos energéticos. Curiosamente tanto as ecotecas como a agência foram destruídas, pelo governo do mesmo partido político que as criou, sem ter sido feita qualquer avaliação ao trabalho desenvolvido.
No que diz respeito ao projeto “Educar para a Energia”, em menos de um ano, três dos seus membros estiveram envolvidos em diversas atividades ou promoveram outras que, com todo o gosto, a seguir darei a conhecer aos leitores do Correio dos Açores. Mas antes de o fazer, esclareço que um dos participantes do projeto, o Veríssimo Borges, por razões de saúde, não pode participar, mas esteve a preparar uma das componentes do projeto que não chegou a ver a luz do dia e que em próximo artigo divulgarei.
No que diz respeito aos produtos resultantes do projeto, destaco a publicação de um “Guião para uma Auditoria Energética às Escolas” que permitia a quantificação dos consumos, tornando possível a identificação das melhores opções para a melhoria do desempenho energético das escolas.
Para além do guião referido, salienta-se a edição da brochura “Viagem no tempo”, destinada a crianças com idades compreendidas entre os 8 e 11 anos de idade, onde foram abordadas, para além das energias renováveis, as alterações climáticas e a poupança energética.
Para os mais pequeninos, alunos do 1º e do 2º ciclo do ensino básico, foi editada uma monofolha sobre energia eólica, onde para além de ensinar a construir um moinho de vento, informava sobre as potencialidades do vento, a sua importância e utilização na produção de energia e, ainda, sobre as vantagens e desvantagens da energia eólica.
No âmbito do projeto foram implementados três ateliers de construção de carrinhos fotovoltaicos e fornos solares, dois na Escola Secundária das Laranjeiras, com a participação de 32 alunos, e um na Ecoteca da Ribeira Grande, com a participação de 19 alunos da Escola Básica Integrada Gaspar Frutuoso.
Também foram realizadas quatro sessões de esclarecimento sobre Energias Renováveis e Eficiência Energética, destinadas a alunos do 1º e 2ºciclos de várias escolas que contaram com a participação de um total de 107 alunos.
Hoje, os materiais editados já se encontram esgotados, mas a versão digital de alguns deles pode ser consultada na página dos Amigos dos Açores e no blogue do projeto (http://educarparaaenergia.blogspot.pt/).
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 31311, 23 de agosto de 2017, p.16)
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
A energia nuclear no Estado Novo
A Energia Nuclear no Estado Novo Ao longo dos tempos, no nosso país, tem surgido a ideia da utilização da energia nuclear para a produção de eletricidade. Neste texto, darei a conhecer o que se pensava fazer no Estado Novo e algumas notícias e textos sobre o assunto publicados na ilha de São Miguel. Num texto publicado na revista “Brotéria”, em 1954, Abílio Martins, escreveu que, dado o “progresso técnico” alcançado, acreditava que “a construção e exploração industrial duma central atómica, destinada a valorizar os nossos minérios uraníferos e dar um largo apoio efectivo ao plano em marcha da nossa eletrificação, haja de se afirmar oportunamente como uma realidade triunfal”. O autor referido, no seu texto, abordou a questão dos custos de produção das centrais atómicas que era mais elevado do que as centrais térmicas, mas mostrou-se otimista em relação ao assunto, como se depreende da leitura do seguinte extrato: “Ademais, a técnica da captação da energia nuclear encontra-se em decidida evolução, e tudo leva a crer que, dentro em breve, escolhendo bem o dimensionamento duma central “atómica”, possamos obter energia eléctrica a preços sensivelmente inferiores…” Sobre o nuclear, o presidente do Conselho de Ministros, ao dar posse à Junta de Energia Nuclear, criada pelo Decreto-Lei nº 39580, de 29 de Março de 1954 e que tinha, entre outras atribuições, a de produzir e aproveitar combustíveis nucleares e produzir energia elétrica por via nuclear, disse: “…pode bem ser que a Providência, tendo-se mostrado avara connosco quanto a fontes conhecidas de energia – o carvão, os óleos minerais, mesmo a força hídrica – nos tenha compensado de alguma forma com um pouco de urânio e de outros minérios afins, mananciais a explorar no futuro”. A 12 de fevereiro de 1958, o Dr. António Augusto Riley da Mota publicou no Correio dos Açores um longo texto intitulado “Milhões de graus…” onde abordou as duas formas de energia nuclear, a fissão, usada hoje nas centrais nucleares e que é fortemente contestada devido ao problema das radiações e dos resíduos nucleares, e a fusão que não tem os inconvenientes da fissão, sendo, portanto, uma forma de energia limpa. No seu texto, o Dr. A. A. Riley da Mota, depois de referir que o cientista inglês Cockroft havia comunicado que “ele e os seus colaboradores estavam a ultimar uma grande descoberta”, escreveu o seguinte: “Tratar-se-ia da obtenção acessível de altíssimas temperaturas – da ordem de milhões de graus! – que permitiriam, dentro de poucos anos, fácil libertação de energia termonuclear a partir de elementos baratos, como o hidrogénio e semelhantes, especialmente o deutério, que abunda na água.” A 10 de abril de 1958, o jornal “Correio dos Açores” publicou uma nota da ANI onde a dado passo se afirma que “dentro de dez anos a principal fonte de energia, para Portugal será atómica”. Na mesma notícia pode-se ler que estava a ser acelerada “a exploração dos jazigos de urânio no Norte do País” e em Angola e Moçambique estava “a ser executado um programa para a exploração de jazigos de urânio”. Por último, ainda se pode ler que “antes de dois anos, Portugal tenciona possuir a sua primeira estação geradora atómica”. No dia 24 de dezembro de 1971, o Correio dos Açores publicou uma pequena nota onde se podia ler que sem centrais “electro-nucleares” não havia futuro e se previa que no ano dois mil 50% da energia elétrica seria produzida a partir de centrais nucleares. A 3 de janeiro de 1974, o presidente da Junta de Energia Nuclear, general Kaúlza de Arriaga, considerou que aquele organismo era o “expoente maior da intelectualidade portuguesa e do conhecimento científico e da capacidade técnica nacionais” e acrescentou o seguinte: “Reactores térmicos de urânio natural ou ligeiramente enriquecido, reactores térmicos de urânio altamente enriquecido, reactores rápidos e fusão nuclear controlada constituirão, certamente, os marcos principais do caminho que salvará a Humanidade de uma penúria de energia que a conduziria a um retrocesso de séculos”. Apesar das várias tentativas, não há centrais nucleares em Portugal e apesar da previsão otimista em relação à expansão da energia nuclear no mundo, em 2016, a energia nuclear era responsável por apenas 11% da energia elétrica produzida. A fusão nuclear, por seu turno, ainda não é uma realidade que se possa juntar às fontes renováveis de energia que estão em expansão no nosso planeta. Teófilo Braga (Correio dos Açores, 31306, 17 de agosto de 2017, p.13)
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